A Polícia Federal (PF) prendeu três pessoas na Operação Saqueador, investigação em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), que apura a lavagem de R$ 370 milhões e foi deflagrada na manhã desta quinta-feira, 30. Ao todo, a PF cumpre cinco mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva no Rio, em São Paulo e em Goiás. A empreiteira Delta está no centro do esquema.
Um dos presos em Goiás é o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. O jornal O Estado de S. Paulo apurou, ainda, que Cláudio Abreu, funcionário da Delta, também foi preso em Goiás. Em São Paulo, foi detido o operador de propinas Adir Assad, investigado na Operação Lava Jato e já condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Outra pessoa com a prisão preventiva pedida é Marcelo Abud, que estaria para se apresentar à PF, conforme uma fonte com conhecimento do assunto. Fernando Cavendish, dono da Delta, teve a prisão pedida, mas não foi encontrado pela PF em sua residência, no Leblon, zona sul do Rio.
A Polícia Federal informou nesta manhã que as investigações da Operação Saqueador já duram três anos. Foram pedidos o indiciamento de 29 pessoas, mas o MPF denunciou 23 à Justiça.
Investigação
A Operação Saqueador, deflagrada nesta quinta-feira, 30, pela Polícia Federal (PF), investiga lavagem de R$ 370 milhões. A ação prendeu, em Goiânia, o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira e outros dois investigados.
São alvos da ação a Delta Construções, o empresário Fernando Cavendish e o lobista Adir Assad. Foi apreendido um cofre no apartamento de Cavendish no Rio. Procurado pela PF, O empresário estaria fora do País.
“Foram verificados, até o momento, fortes indícios de transferências milionárias de recursos de referida empresa de engenharia para sociedades de fachada, possivelmente desviados de obras públicas. Para comprovação de tais desvios, está sendo realizada perícia contábil-financeira na sociedade investigada”, informa nota da PF.
As investigações da PF duraram cerca de três anos e começaram a partir do envio de documentação pela Comissão Mista Parlamentar de Inquérito instaurada no ano de 2012 para investigar um grupo que atuava em Goiás.
De acordo com a Polícia Federal, a apuração levou ao indiciamento de 29 pessoas suspeitas de desvios de recursos federais destinados para diversas obras públicas. Com base no Inquérito Policial da PF, 23 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
“O material foi imprescindível para o início das investigações na medida em que tais informações nominaram as empresas de fachada que supostamente recebiam valores desviados da pessoa jurídica investigada no presente apuratório”, aponta a Federal.
O investigados poderão responder pelo crime de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, entre outros.