Aeronave caiu e resultou na morte de 71 pessoas; seis sobreviveram. Fato de aeronave ter batido em baixa velocidade explica a existência de sobreviventes. Pane seca é uma das hipóteses para acidente
O avião da Chapecoense estava sem nenhum combustível em seus tanques ao cair, afirmou nesta quarta-feira (30) Freddy Bonilla, secretário de Segurança Aérea da Colômbia. Ele apresentou resultados preliminares da apuração do acidente com o jato Avro RJ-85 da empresa aérea boliviana LaMia. No acidente, na madrugada de terça-feira (29), morreram 71 pessoas.
ACOMPANHE A COBERTURA EM TEMPO REAL
A constatação foi feita logo na primeira inspeção do acidente, que ocorreu em uma montanha de Medellín. Uma das linhas de investigação para a queda, segundo Bonilla, é ter havido pane seca, quando a falta de combustível faz parar os sistemas elétricos da aeronave.
Uma gravação divulgada pela imprensa colombiana nesta quarta mostra conversa entre um dos pilotos do voo em que ele pede prioridade à controladora de tráfego aéreo justamente em razão da falta de combustível. Bonilla afirmou que a equipe de investigação já tem todas as transcrições das conversas entre o voo da LaMia e o controle de tráfego aéreo.
O avião havia saído de Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) e ia para o aeroporto José María Córdova, em Medellín. O avião havia sido fretado pela Chapecoense.
A tripulação do LaMia pediu prioridade para pouso às 0h48 (horário de Brasília). Mais tarde, declarou emergência.
Segundo Bonilla, o avião bateu em baixa velocidade contra a montanha, 250 km/h, o que permitiu ter havido sobreviventes --eles estavam em posições diferentes da cabine de passageiros, disse. Ele acrescentou que não recebeu, até o momento, denúncias de irregularidades contra a LaMía.
O secretário afirmou ainda que o plano de voo elaborado pela empresa aérea previa um voo direto entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín, o que será objeto de investigação pelo governo colombiano. Isso porque a autonomia da aeronave, cerca de 3.000 km, era quase a mesma da distância entre as duas cidades. A legislação boliviana prevê que um avião tenha que ter combustível suficiente para chegar ao destino, a um aeroporto de alternativo e mais 45 minutos de voo.