flavio-dino2-e1433190837546-1260x540>O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou nesta terça-feira (5) que as empresas fazem doações a partidos para posteriormente recuperar o dinheiro quando o grupo político estiver no governo.


“Não existe doação de empresas que não
queiram recuperar [o dinheiro depois]. Quem me disse isso foram empresários. Se ele doa R$ 5 milhões, ele vai querer recuperar R$ 20 milhões”, declarou Costa à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras. “Não existe almoço de graça. Por que uma empresa de capital privado vai doar R$ 10 milhões, se ela não for cobrar depois? Muitos valores tido como oficiais, não eram oficiais, isso me foi dito por empresários”, disse Costa.


paulo roberto>O ex-diretor também afirmou que o doleiro Alberto Youssef disse a ele que o ex-ministro Antonio Palocci solicitou R$ 2 milhões para que Costa conseguisse para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff (PT) em 2010 na corrida presidencial. Os recursos seriam provenientes do esquema de corrupção.


Costa é um dos principais delatores da operação Lava Jato, que apura o desvio de dinheiro na Petrobras, e cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Ele foi preso em março do ano passado por suspeita de receber propina de fornecedores da estatal para facilitar a fechamento de contratos com essas empresas.


De acordo com a prestação de contas divulgada por Dino ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do total de R$ 38,9 milhões repassados pelas empresas da Lava Jato em doações no pleito passado, pelo menos R$ 2.057.000,00 foi para a campanha do comunista ao comando do Palácio dos Leões, por meio de duas, das nove empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras.


Maior financiadora de campanha do governador do Maranhão em 2014, a OAS depositou o total de R$ 1.157.000,00, divididos em depósitos que vão de R$ 7,5 mil a R$ 580 mil, diretamente na conta de Flávio Dino. Além desse montante, outros R$ 600 mil foram depositados na conta do Diretório Nacional do PCdoB e posteriormente transferidos à conta do comitê de campanha.


Já a UTC Engenharia, envolvida ainda no caso do pagamento irregular de precatórios do Maranhão por meio de uma dos seus braços, a Constran, doou R$ 300 mil, divididos em dois cheques, um de R$ 200 mil e outro de R$ 100 mil, depositados na conta da direção estadual do PCdoB, que repassou o dinheiro à campanha de Dino.