
Uma série de denúncias graves abala as redes de ensino dos municípios de Raposa e São José de Ribamar, no Maranhão, envolvendo a gestora escolar Luciana Bruzaca do Nascimento. As acusações incluem acúmulo ilegal de cargos públicos, assédio moral contra professores e funcionários, e uma controversa “gestão por câmeras” que estaria comprometendo o ambiente educacional e o bem-estar dos profissionais.
Acúmulo de Cargos e Incompatibilidade de Horários
Luciana Bruzaca do Nascimento é apontada por colegas de trabalho, que preferem não se identificar por medo de retaliação, por manter três vínculos empregatícios no serviço público. Ela supostamente atuaria como gestora em uma escola da rede estadual em Raposa, o Centro de Ensino Joaquim Aroso, enquanto simultaneamente deteria dois contratos como professora na rede municipal de São José de Ribamar.
A Constituição Federal permite a acumulação de até dois cargos públicos para professores, desde que haja compatibilidade de horários. No entanto, um cargo de gestão exige dedicação em múltiplos turnos, levantando sérias dúvidas sobre a legalidade e a viabilidade humana de conciliar as três funções.
Assédio Moral e Ambiente de Trabalho Tóxico
Na unidade de ensino em Raposa, o clima é descrito como “insustentável”. Relatos de funcionários indicam que a gestora é uma pessoa que “persegue e destrata funcionários e alunos”, e que professores chegam a sair da escola “chorando”. Há acusações de que ela grita com os professores, ameaçando devolvê-los ou registrar faltas. A situação tem levado muitos educadores a apresentar atestados médicos ou pedir licença, resultando na falta de professores na escola e alunos passando horas sem aula.
“Gestão por Câmeras” e Abono de Posto
Uma das denúncias mais marcantes é a forma como a gestora administra a escola em Raposa. Ela teria instalado câmeras em todas as áreas da escola, exceto nos banheiros, e utiliza o sistema de monitoramento para vigiar os professores de sua casa via celular. Os professores relatam sentir-se constantemente vigiados, sem liberdade para conversar.
Funcionários alegam que a gestora raramente comparece fisicamente à instituição, ficando em casa, monitorando as câmeras e dando ordens. Suas raras aparições seriam apenas para cumprir a formalidade de assinar o ponto, e ela já teria sido vista circulando pelas dependências em trajes considerados inadequados. Essa “gestão remota” resulta em salas de aula fechadas e rotinas pedagógicas prejudicadas, com estudantes ficando longos períodos sem aulas.
Histórico Problemático
O histórico profissional de Luciana Bruzaca do Nascimento também é questionado. Informações sugerem que ela já teria sido “devolvida” de uma escola em São José de Ribamar por excesso de faltas e dificuldades de relacionamento. Um levantamento apontaria que ela foi exonerada de um cargo em Raposa durante a gestão de um ex-prefeito, reforçando um padrão de instabilidade.
Suposta Proteção Política e Sentimento de Impunidade
Para agravar o sentimento de impotência entre os educadores, fontes relatam que a própria gestora, Luciana Bruzaca, afirmaria abertamente em conversas que não será removida do cargo. Segundo as denúncias, ela se vangloria de ter a proteção de Domingos Costa, um conhecido blogueiro com atuação política no estado, que a “seguraria” no governo.
Esta alegação, vinda da própria acusada segundo os relatos, gera um clima de impunidade na escola e levanta questionamentos graves: Qual a natureza da influência de um comunicador para garantir a permanência de uma servidora pública que, segundo as denúncias, não cumpre suas funções? Estaria o governo do estado ciente dessa suposta interferência? A comunidade escolar assiste incrédula, mas desafia: “Ela diz que não sai, vamos ver se não vai sair”.
Apelo por Investigação e Exoneração
Diante do cenário descrito, a comunidade escolar do Centro de Ensino Joaquim Aroso faz um apelo direto ao Governador do Maranhão para que exonere Luciana Bruzaca do Nascimento. Eles aguardam uma investigação rigorosa por parte da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) para apurar a veracidade das denúncias sobre o acúmulo de cargos, o assédio moral e a suposta proteção política.
A reportagem reitera que o espaço permanece aberto para que a gestora Luciana Bruzaca do Nascimento, é os órgãos governamentais apresentem seus esclarecimentos sobre as acusações.
documentos
1328_edital_001_015_SEMED_SJR_resultado_final_preliminar
Diario_Eletronico_Edicao_1822 – São Jose de Ribamar
POLO-IV_CENTRO-DE-ENSINO-JOAQUIM-AROSO_INEP_21008574_03.01.2025_A_24.01.2025